A posição, formato e o tamanho da boca podem dizer muita coisa sobre um determinado peixe.
Grandes predadores tendem a ter bocas maiores que espécies onívoras. A presença de dentes é variada, e nem sempre está associada ao tamanho.
De acordo com a posição da boca, o comportamento alimentar pode ser interpretado. Um peixe que tem a boca em posição superior, como a Barracuda, gênero Sphyraena, tem o hábito de caçar pequenos peixes que estão localizadas na superfície, acima dela.
Já peixes com boca em posição inferior, tem o hábito de caçar presas que estão abaixo, normalmente no substrato, como crustáceos e moluscos. A Corvina (Argyrosomus regius) é um bom exemplo.
A posição de boca mais comum é a terminal, localizada em posição mediana no focinho, e geralmente protusiva. É o caso do Lambari do rabo amarelo (Astyanax bimaculatus). Estes animais tem o hábito de se alimentar na coluna d'água, em busca de partículas alimentares.
Dessa forma, observamos que as espécies que encontramos nos dias de hoje evoluiram de diversas formas, o que permite que aproveitem da melhor forma o nicho ecológico que habitam.
domingo, 8 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
A coloração como defesa dos peixes
Atualmente são conhecidas aproximadamente 24 000 espécies de peixes. Cada uma delas apresenta um grupo de características próprias. Muitas vezes, o que antes era considerada uma única espécie, acaba sendo desmembrada em duas ou mais, por conta da descoberta de pequenas diferenças.
Ainda que sejam pequenas, estas diferenças podem afetar grandes fatores específicos como comportamento alimentar e ambiente de vida.
Quando falamos em adaptações, abordamos um campo complexo e de extrema riqueza. Algumas delas são comuns a muitas espécies, como a simples tendência de que os peixes possuam uma coloração ventral clara, às vezes branca, e a região dorsal escura.
Essa tendência se desenvolveu como uma maneira de camuflagem.
Imagine um peixe como um Atum, gênero Thunnus, nadando em uma profundidade mediana, nem na superfície, nem no fundo.
Atum Azul (Thunnus thynnus) |
Agora imagine um grande predador, nadando acima ou abaixo do Atum. Caso esteja abaixo do Atum, ao olhar um exemplar solitário, provavelmente a cor clara do ventre do Atum não destoe da coloração clara que o céu reflete na água.
Agora caso o predador esteja numa profundidade menor que a do Atum, ao olhar para baixo, o grande predador verá apenas o azul escuro que a falta de luz solar causa ao fundo do mar.
O que temos neste exemplo é uma adaptação de defesa que é fruto dessa interação entre a espécie e seu ambiente, o que a torna menos visível aos predadores.
Pequenos peixes que nadam próximos à superfície também se beneficiam dessa coloração pois se protegem do ataque de pássaros, mas caso o cardume seja encurralado na superfície e comece a criar uma agitação na superfície da água, as aves logo iniciam seus ataques.
Segue um vídeo que mostra alguns pescadores fazendo uma ótima pescaria num momento de interação entre um cardume de atuns e um bando de aves que estavam caçando um cardume de pequenos peixes.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Os peixes e suas adaptações para a vida
O processo de evolução dos seres vivos é diretamente influenciado pelo ambiente no qual a vida se dá. Devido a enorme gama de condições e ambientes que o planeta Terra fornece, temos este grande plantel de espécies adaptadas.
Ao compararmos diversas espécies de peixes, notamos que suas características, mais grosseiramente, as externas, são bastante variadas. Existem diversos formatos de nadadeiras e até de corpo, que de alguma forma, trazem alguma vantagem adaptativa a esses animais.
Ao tomarmos como exemplo a Bicuda, Boulengerella spp, notamos seu formato longilíneo e de pouca largura, o que garante um nado veloz, o que permite a esta espécie habitar regiões de águas calmas e até rápidas, sendo que na segunda, as presas são carregadas e não conseguem se localizar muito bem, sendo um ótimo ambiente de caça para esta espécie que também é conhecida pelos saltos quando fisgada! Já o Linguado,Paralichtys brasiliensis, é um peixe muito diferente pelo fato de não apresentar a simetria bilateral, que é uma característica marcante entre os vertebrados! Seu formato de corpo é achatado dorso-ventralmente e que junto de sua coloração, permite que este peixe respouse na areia sendo pouco visível, garantindo uma certa segurança contra a predação e também uma estratégia de ataque contra peixes e crustáceos que se aproximam sem saber o que está ali.
Os peixes apresentam inúmeras adaptações que são maravilhas da evolução do seres vivos. Em breve falaremos de muitas outras.
Acompanhem!
Ao compararmos diversas espécies de peixes, notamos que suas características, mais grosseiramente, as externas, são bastante variadas. Existem diversos formatos de nadadeiras e até de corpo, que de alguma forma, trazem alguma vantagem adaptativa a esses animais.
Figura 1: Bicuda |
Figura 2: Linguado |
Ao tomarmos como exemplo a Bicuda, Boulengerella spp, notamos seu formato longilíneo e de pouca largura, o que garante um nado veloz, o que permite a esta espécie habitar regiões de águas calmas e até rápidas, sendo que na segunda, as presas são carregadas e não conseguem se localizar muito bem, sendo um ótimo ambiente de caça para esta espécie que também é conhecida pelos saltos quando fisgada! Já o Linguado,Paralichtys brasiliensis, é um peixe muito diferente pelo fato de não apresentar a simetria bilateral, que é uma característica marcante entre os vertebrados! Seu formato de corpo é achatado dorso-ventralmente e que junto de sua coloração, permite que este peixe respouse na areia sendo pouco visível, garantindo uma certa segurança contra a predação e também uma estratégia de ataque contra peixes e crustáceos que se aproximam sem saber o que está ali.
Os peixes apresentam inúmeras adaptações que são maravilhas da evolução do seres vivos. Em breve falaremos de muitas outras.
Acompanhem!
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Ainda sobre os bagres, a tão cobiçada Pirarara!
Um dos bagres de água doce mais cobiçados atualmente na pesca esportiva é a Pirarara! Com seu porte avantajado, pode alcançar os 70 quilos e 1,2 metros de comprimento.
Fig. 1: Pirarara capturada em pesqueiro do interior de São Paulo.
A Pirarara, de nome científico Phractocephalus hemioliopterus, é natural das Bacias do Araguaia/Tocantins e Amazônica, sendo uma espécie amplamente distribuida nos rios da região norte do país.
Como a maior parte dos bagres, a Pirarara possui o hábito de alimentar-se de outros peixes, mas é considerada onívora, atacando crustáceos, frutos e carcaças. Habitam canais e poços de rios, onde ficam a espreita de possíveis vítimas, como piranhas e outros peixes. Também é possível encontrar indivíduos em locais rasos dos rios, as chamadas praias, principalmente ao anoitecer, momento em que as capturas aumentam bastante.
Para capturá-la, aposte em pedaços de peixes, como a cabeça de Traíra e de Piranha. Nos pesqueiros, aposte também nos pedaços de peixe ou até Tilápias vivas de até 1 quilo, iscadas pelo dorso. Eu mesmo já capturei uma Pirarara de 28 quilos utilizando uma Tilápia viva de mais ou menos 1,2 quilos em um pesqueiro do interior de São Paulo.
Devido ao porte, e uma musculatura bastante desenvolvida, as brigas com esse peixe são muito fortes, então necessitamos de equipamentos de pesca pesada, com varas de 70 libras e carretilhas ou molinetes abastecidos com linha 0,80mm para mais.
Se você tiver a oportunidade de pescar esta espécie, prepare-se para uma luta memorável e que o seu corpo vai se lembrar por alguns dias devido ao esforço!
Segue aqui a foto de um amigo pescador, o Márcio Ferreira, que capturou esta bela Pirarara durante uma pescaria noturna em 28/03/2013 no Pesqueiro Castelinho, interior de São Paulo. A isca utilizada foi pedaço de Tuvira. Parabéns Márcio!
Fig. 3: Pirarara fisgada pelo Márcio Ferreira
Fig. 1: Pirarara capturada em pesqueiro do interior de São Paulo.
A Pirarara, de nome científico Phractocephalus hemioliopterus, é natural das Bacias do Araguaia/Tocantins e Amazônica, sendo uma espécie amplamente distribuida nos rios da região norte do país.
Fig. 2: Bacias Amazônica e Araguaia/Tocantins, respectivamente, área marcada com estrela e área em vermelho
Como a maior parte dos bagres, a Pirarara possui o hábito de alimentar-se de outros peixes, mas é considerada onívora, atacando crustáceos, frutos e carcaças. Habitam canais e poços de rios, onde ficam a espreita de possíveis vítimas, como piranhas e outros peixes. Também é possível encontrar indivíduos em locais rasos dos rios, as chamadas praias, principalmente ao anoitecer, momento em que as capturas aumentam bastante.
Para capturá-la, aposte em pedaços de peixes, como a cabeça de Traíra e de Piranha. Nos pesqueiros, aposte também nos pedaços de peixe ou até Tilápias vivas de até 1 quilo, iscadas pelo dorso. Eu mesmo já capturei uma Pirarara de 28 quilos utilizando uma Tilápia viva de mais ou menos 1,2 quilos em um pesqueiro do interior de São Paulo.
Devido ao porte, e uma musculatura bastante desenvolvida, as brigas com esse peixe são muito fortes, então necessitamos de equipamentos de pesca pesada, com varas de 70 libras e carretilhas ou molinetes abastecidos com linha 0,80mm para mais.
Se você tiver a oportunidade de pescar esta espécie, prepare-se para uma luta memorável e que o seu corpo vai se lembrar por alguns dias devido ao esforço!
Segue aqui a foto de um amigo pescador, o Márcio Ferreira, que capturou esta bela Pirarara durante uma pescaria noturna em 28/03/2013 no Pesqueiro Castelinho, interior de São Paulo. A isca utilizada foi pedaço de Tuvira. Parabéns Márcio!
Fig. 3: Pirarara fisgada pelo Márcio Ferreira
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Vamos falar de alguns dos bagres de água doce! O Pintado e a Cachara!
Os bagres estão amplamente espalhados pelos ambientes aquáticos. Existe um número muito grande de espécies espalhadas pelo globo, o que mostra o quanto estes animais tiveram êxito ao longo do processo evolutivo dos peixes.
Cada espécie apresenta uma característica marcante, podendo ser o seu tamanho, formato de cabeça, padrão de coloração e outros.
Em especial, todos os bagres não apresentam escamas, o que os torna conhecidos como peixes de couro. Ocorre também a presença de espinhos nas nadadeiras peitorais e na dorsal. São dotados de barbilhões localizados próximos a boca, que tem função tátil e de receptor químico para detecção de alimentos.
Fig. 1: Surubim Pintado Fig. 2: Surubim Cachara
Dois dos principais bagres ligados a pesca esportiva são o Surubim Pintado (Pseudoplatystoma corruscans) e o Surubim Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum). O Pintado é natural da Bacia do Prata, Uruguai e São Francisco, sendo reconhecido pelas pintas espalhadas pelo corpo. Apresenta um porte grande, podendo chegar aos 70 quilos. Devido a uma melhor política de preservação, a Argentina é um dos principais points de pesca dos maiores exemplares.
Cada espécie apresenta uma característica marcante, podendo ser o seu tamanho, formato de cabeça, padrão de coloração e outros.
Em especial, todos os bagres não apresentam escamas, o que os torna conhecidos como peixes de couro. Ocorre também a presença de espinhos nas nadadeiras peitorais e na dorsal. São dotados de barbilhões localizados próximos a boca, que tem função tátil e de receptor químico para detecção de alimentos.
Dois dos principais bagres ligados a pesca esportiva são o Surubim Pintado (Pseudoplatystoma corruscans) e o Surubim Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum). O Pintado é natural da Bacia do Prata, Uruguai e São Francisco, sendo reconhecido pelas pintas espalhadas pelo corpo. Apresenta um porte grande, podendo chegar aos 70 quilos. Devido a uma melhor política de preservação, a Argentina é um dos principais points de pesca dos maiores exemplares.
Já o Surubim Cachara é natural da Bacia Amazônica e apresenta um porte bem menor, e um padrão de estrias, e não pintas, espalhadas pelo corpo.
O cultivo destas espécies em cativeiro levou a ocorrência de cruzamentos entre as duas linhagens, originando um tipo de bagre que apresenta tanto pintas como estrias, sendo denominado Pincachara.
Assim, nos pesqueiros aqui do sudeste, encontramos principalmente os pintados e as pincacharas predominantemente.
Os bagres são peixes carnívoros, e portanto, aposte em iscas vivas como a minhoca, o minhocoçu, pequenos peixes vivos, postas de peixes e até iscas artificiais que imitam pequenos peixes. Nos pesqueiros, estas iscas ditas acima funcionam bem, mas uma isca coringa é a salsicha, que pode ser utilizada no fundo, ou flutuando, condição onde se obtem mais sucesso de capturas!
sexta-feira, 19 de julho de 2013
A origem do Tambacu
Ao longo da história do ser humano, podemos observar que num primeiro momento ele convivia com a natureza, retirando produtos naturais e utilizando-os a seu favor. Num segundo momento, esta relação já não é a mesma. O que vemos é que o homem busca controlar a natureza por meio do conhecimento científico. Sendo este tão elaborado, que permite a nós intervir diretamente em processos naturais. Graças a isso, nossos campos de plantações são cada vez mais produtivos, melhorando até a produção de energia por meio do bagaço de cana por exemplo.
A tecnologia científica também foi utilizada no cultivo de peixes, com o objetivo de elevar a produtividade de fazendas aquícolas.
O Tambaqui (Colossoma macropomum) é uma espécie endêmica da bacia amazônica que chega facilmente aos 30 quilos. Alimenta-se de frutos e sementes que caem das árvores em florestas alagadas, mas é considerado um onívoro (alimenta-se tanto de material de origem vegetal quanto animal). Como outras espécies que habitam a bacia amazônica, como a Pirarara (Phractocefalus hemioliopterus), estes peixes são adaptados ao meio ambiente que vivem, e portanto, são animais de águas com temperaturas elevadas em relação aos que habitam as águas das bacias do sudeste, como o Pacu (Piaractus mesopotamicus).
Devido a sua elevada aceitação no mercado e bons valores de comercialização, o Tambaqui tornou-se uma espécie a ser cultivada em tanques escavados em terra e em tanques-rede. Devido a este interesse, ocorreram tentativas de cultivar o Tambaqui na região sudeste do Brasil, porém sem muito sucesso devido a uma elevada taxa de mortalidade, que sempre ocorria nos meses do inverno, em que a temperatura da água ultrapassa valores inferiores a 17°C. Já o Pacu, largamente cultivado aqui no sudeste, não apresenta estas elevadas taxas de mortalidade. Assim, pesquisadores e produtores experimentaram unir o grande porte do Tambaqui à resistência ao frio do Pacu. Os pesquisadores contaram com o fato de haver uma compatibilidade que permitisse unir o espermatozóide do Pacu com os ovócitos do Tambaqui. Mas nem tudo são flores. O Tambacu é uma espécie híbrida, incapaz de se reproduzir.
Desta forma, ao cruzar a fêmea do Tambaqui com o macho do Pacu, surgiu o Tambacu, um peixe que apresenta um bom desempenho zootécnico, com elevado ganha de massa corporal, podendo crescer até 1 quilo ao ano em ambientes com densidade de 1 indivíduo por metro quadrado e com uma maior resistência a baixas temperaturas em relacão ao Tambaqui.
Devido a isso, a maior parte dos pesqueiros da região sudeste, principalmente os da região de São Paulo e seu vasto interior, apostam em povoar seus lagos com Pacus e Tambacus. Felizmente, existem alguns casos de pesqueiros no interior de São Paulo que apostaram em adquirir exemplares de Tambaqui e Pirarara e estão tendo sucesso, sofrendo com baixas taxas de mortalidade.
Mesmo com a maior resistência a baixas temperaturas, o Tambacu diminiu sua atividade, em resposta ao frio, tendo sua pesca dificultada no inverno. Devido a isso, não conte com pescarias fartas entre os meses de junho ao meio de setembro. Para melhorar suas capturas, aposte em regiões mais rasas dos lagos, local em que a água pode esquentar mais rápido em relação as regiões profundas. Uma alternativa também é utilizar iscas que afundem na coluna d'água, como massas (massa de beijinho, que leva leite condensado e leite em pó) e até pedaços de goiabada. Curioso não? Ao longo do tempo em que pesco, ficou nítido para mim que os peixes de cativeiro apresentam um grande interesse por iscas doces.
No frio, caso você aprecie, aposte em espécies que são adaptadas, como as grandes carpas que são amplamente introduzidas nos pesqueiros e lagos de sítios, utilizando massas específicas para carpas, com essências de batata doce, banana e mel.
A tecnologia científica também foi utilizada no cultivo de peixes, com o objetivo de elevar a produtividade de fazendas aquícolas.
O Tambaqui (Colossoma macropomum) é uma espécie endêmica da bacia amazônica que chega facilmente aos 30 quilos. Alimenta-se de frutos e sementes que caem das árvores em florestas alagadas, mas é considerado um onívoro (alimenta-se tanto de material de origem vegetal quanto animal). Como outras espécies que habitam a bacia amazônica, como a Pirarara (Phractocefalus hemioliopterus), estes peixes são adaptados ao meio ambiente que vivem, e portanto, são animais de águas com temperaturas elevadas em relação aos que habitam as águas das bacias do sudeste, como o Pacu (Piaractus mesopotamicus).
Fig. 1, Tambaquis de amigos pescadores
Fig. 2, Pirarara
Fig. 3, Pacu
Devido a sua elevada aceitação no mercado e bons valores de comercialização, o Tambaqui tornou-se uma espécie a ser cultivada em tanques escavados em terra e em tanques-rede. Devido a este interesse, ocorreram tentativas de cultivar o Tambaqui na região sudeste do Brasil, porém sem muito sucesso devido a uma elevada taxa de mortalidade, que sempre ocorria nos meses do inverno, em que a temperatura da água ultrapassa valores inferiores a 17°C. Já o Pacu, largamente cultivado aqui no sudeste, não apresenta estas elevadas taxas de mortalidade. Assim, pesquisadores e produtores experimentaram unir o grande porte do Tambaqui à resistência ao frio do Pacu. Os pesquisadores contaram com o fato de haver uma compatibilidade que permitisse unir o espermatozóide do Pacu com os ovócitos do Tambaqui. Mas nem tudo são flores. O Tambacu é uma espécie híbrida, incapaz de se reproduzir.
Desta forma, ao cruzar a fêmea do Tambaqui com o macho do Pacu, surgiu o Tambacu, um peixe que apresenta um bom desempenho zootécnico, com elevado ganha de massa corporal, podendo crescer até 1 quilo ao ano em ambientes com densidade de 1 indivíduo por metro quadrado e com uma maior resistência a baixas temperaturas em relacão ao Tambaqui.
Fig. 4, Tambacu
Devido a isso, a maior parte dos pesqueiros da região sudeste, principalmente os da região de São Paulo e seu vasto interior, apostam em povoar seus lagos com Pacus e Tambacus. Felizmente, existem alguns casos de pesqueiros no interior de São Paulo que apostaram em adquirir exemplares de Tambaqui e Pirarara e estão tendo sucesso, sofrendo com baixas taxas de mortalidade.
Mesmo com a maior resistência a baixas temperaturas, o Tambacu diminiu sua atividade, em resposta ao frio, tendo sua pesca dificultada no inverno. Devido a isso, não conte com pescarias fartas entre os meses de junho ao meio de setembro. Para melhorar suas capturas, aposte em regiões mais rasas dos lagos, local em que a água pode esquentar mais rápido em relação as regiões profundas. Uma alternativa também é utilizar iscas que afundem na coluna d'água, como massas (massa de beijinho, que leva leite condensado e leite em pó) e até pedaços de goiabada. Curioso não? Ao longo do tempo em que pesco, ficou nítido para mim que os peixes de cativeiro apresentam um grande interesse por iscas doces.
No frio, caso você aprecie, aposte em espécies que são adaptadas, como as grandes carpas que são amplamente introduzidas nos pesqueiros e lagos de sítios, utilizando massas específicas para carpas, com essências de batata doce, banana e mel.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Apresentação
Olá visitantes, sejam bem-vindos. Minhas publicações neste blog tem como objetivo mostrar a influência da fisiologia dos peixes em nossas pescarias e apresentar algumas características das principais espécies alvo da pesca esportiva. Sabemos que existem um grande número de fatores e condições físico químicas que afetam o comportamento dos peixes e por consequência, as nossas pescarias. O uso de determinadas iscas pode servir como estratégia ao pescador que observa a natureza e entende o que acontece com o peixe em determinadas condições. Tenho 23 anos, sou biólogo e pescador esportivo fanático. Espero que gostem das publicações, façam comentários, críticas, correções e tudo mais.
Como este é um post introdutório, não irei colocar um dos textos, fica apenas uma foto de um dos peixes que eu mais gosto de pescar nos pesqueiros que frequento. O Tambacu, uma espécie híbrida (oriunda do cruzamento entre duas espécies diferentes), no caso, a fêmea do Tambaqui, Colossoma macropomum e o macho do Pacu, Piaractus mesopotamicus.
Como este é um post introdutório, não irei colocar um dos textos, fica apenas uma foto de um dos peixes que eu mais gosto de pescar nos pesqueiros que frequento. O Tambacu, uma espécie híbrida (oriunda do cruzamento entre duas espécies diferentes), no caso, a fêmea do Tambaqui, Colossoma macropomum e o macho do Pacu, Piaractus mesopotamicus.
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